Já faz algum tempo que eu tenho lido blogs com mais frequência e sempre que penso em falar sobre algo que me chamou atenção, penso em Blog. Tenho um fotolog www.fotolog.com/barroquinha, mas acredito que esse veículo tem a foto como foco, dando-nos poucas possibilidades de construir posts mais complexos, além de não permitir comentários de pessoas que não tenham conta no mesmo.
Durante as últimas eleições, pela primeira vez na minha vida, desejei ter um blog pra explicar um pouco da minha visão política, mas principalmente para comentar a estupidez por trás de eventos como comícios, carreatas, passeatas, adesivagens, carros de som tocando músicas de candidatos, e afins, mas não achei que teria mais motivos para escrever depois disso. Por vezes tenho me deparado com situações que me fazem refletir, tenho vontade de escrever sobre isso e descobrir a opinião de outras pessoas. Bem, eu tenho uma péssima memória, sempre esqueço as coisas que imaginei então estou iniciando hoje, dia 27 de março de 2011, meus posts no meu blog, chamado Microsoft Office Word! Há!
Durante a minha vida inteira, aprendi a prezar pelo bem-estar. Quando criança, eu sempre usei shorts e bermudas, camisetas folgadas e tênis, as minhas sandálias eram simples e pretas, sem salto, para serem confortáveis e combinarem com tudo. Cresci acreditando que não precisamos mostrar para outras pessoas uma beleza mascarada, quando não estamos bem conosco e perdemos tempo útil das nossas vidas para conseguir essa aparência.
O estopim do meu desejo de escrever sobre isso foi o meu dia de ontem, e a bagagem da minha adolescência.
Sempre fui muito tranquila com meu jeito de vestir e meus cabelos compridos e sempre soltos, mas recebia constantes críticas de amigos e familiares, com frases como: ajeita esse cabelo, você ta toda assanhada; aff, essa roupa não valoriza o seu corpo; porque alguns dias você se veste tão feminina e outros dias você parece um menino; você devia fazer hidratação todo o fim de semana; conheço uma manicure muito boa, quer o número dela?...entre muitas outras. (Isso sem entrar nas críticas relativas ao meu comportamento e minhas idéias)
Agora, vamos falar de ontem. Ontem houve o casamento da prima do meu namorado (Lito) e eu fui intimada a ir. Eu fiz todas as depilações necessárias, separei o vestido e os sapatos e fui para o salão. Objetivo: arrumar o meu cabelo. Cheguei no salão às 14:00 h e fui obrigada a escutar mulheres falando sobre casamentos, esmaltes laranja, escovas progressivas e regressivas, e falar mal uma das outras assim que as outras viravam as costas. Fora o gay que passou a tarde falando do buraco dele e que pegou não sei quantos caras, o barulho do secador e O PROGRAMA DO RAUL GIL, que passava na TV com o volume no máximo. Agora imagine como eu poderia estar realmente de bom-humor na festa. Não há humor no mundo que resista. Isso porque eu nem cheguei na parte de ser atendida. Quando chegou a minha vez, fiz as unhas, dei hidratação no cabelo, escovinha e chapinha. Resumindo, meu cabelo passou pelos seguintes processos: lava, xampu, lava, xampu, lava, creme, lava, creme, touca térmica, lava, seca, escova e prancha. Haja pescoço e paciência, porque o som do secador no seu ouvido, aqueles puxões no cabelo e aquele calor... fora que ainda recebi uma proposta da cabeleireira para fazer uma escova progressiva. (WHY GOD, WHY?) Meu cabelo é liso, não quero ficar igual a todas as loucas que escovam o cabelo todo o fim de semana e prancham todo dia, aquele cabelo reto e duro. Resultado: saí de lá as 18:30 e paguei R$ 45,00, isso porque não quis fazer o penteado que ela me propôs, que descobri mais tarde que custaria R$ 20,00.
Chegando em casa, banho com a sacola na cabeça, pôr o vestido, curto e apertado, o sapato de salto alto e a maquiagem. Igreja e recepção.
Ainda recebi um elogio aguado de que eu estava a mulher mais linda do universo. Isso não é elogio, depois de tudo o que eu passei, aquela nem era eu. Eu estava a mulher mais amarrada e repuxada, mais mal-humorada, mais infeliz por não poder ser eu mesma, por ter que agüentar um sapato apertando o meu dedinho e um vestido que mal me permitia sentar e que ainda amassa os meus peitos. Ainda pensei na pérola: hoje eu sou a mulher que todos os homens gostariam de ter. Tentativa inútil de levantar o meu astral, porque o homem que eu quero nem ta me querendo tanto assim...(ele não quer casar comigo =X)
A humanidade é uma raça tão ridícula, nos preocupamos com o que os outros estão vendo e esquecemos de nos preocupar com o que somos e o que fazemos para transformar o mundo em que vivemos. Um exemplo que ilustra esse conceito perfeitamente é o dos resíduos sólidos, que são jogados para fora da cidade, porque lá eles tem permissão para apodrecer, feder e contaminar o que quiserem, ao contrário, deveríamos pensar em reciclar, em evitar a produção de lixo, optar por produtos com embalagens rescicláveis ou com menos embalagens.
Respostas que dou às críticas que eu citei acima:
- Gosto do meu cabelo natural, antes ele do jeito que é, do que igual a cabelo ruim que leva surra.
- Se essa roupa não valoriza o meu corpo, é porque não quero nenhum marmanjo seco olhando pra minha bunda, não quero ninguém olhando pra mim como se eu fosse um frango de padaria giraaaando na televisão de cachorro.
- Quando eu estou de bom humor eu me olho no espelho e sinto vontade de externalizar o que sinto, coloco um vestido mais leve, uma saia legal, uma blusa com desenhos divertidos, uma sandália mais arrumadinha. Se eu estiver de mal humor eu vou pegar a primeira coisa que encontrar na minha frente, de preferência algo que não me faça procurar outra coisa que combine, ou seja, pego uma bermuda, uma camiseta, coloco a havaiana e pronto, bato mundos e fundos assim. Mas além do humor, o meu tempo também define a minha forma de vestir. Tenho minhas prioridades, e a aparência está longe de ser a primeira, não deixarei de fazer algo que gosto ou que é importante para me arrumar e pintar em mim algo que não sou.
- Para a hidratação e a manicure todo o fim de semana eu digo: não tô cagando dinheiro, tenho coisas mais importantes pra fazer e esse bando de creme só vai gerar mais poluição ambiental. Eu não sou nenhuma medusa, larga do meu pé!
PS: O nome do Blog não é Microsoft Office Word, isso foi quando eu tava escrevendo só pra mim. Resolvi postar e ainda não faço idéia de como organizar um blog, então nem se preocupem, porque ele vai ficar meio feio assim mesmo. Mas o que importa é o conteúdo! =P